segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tô aprendendo a viver sem você

Venha pra perto de mim
E veja como eu estou só
Senta, não olha pro chão
A culpa não foi de ninguém, não, não
Ahh, tô aprendendo a viver sem você
Sei que o dia raiou para mim
Mas pra você tanto fez
Sei que não vou mudar sou assim
Para você sou mais um
Ahh, tô aprendendo a viver sem você
Ahh, tô aprendendo e não quero aprender
Tô voltando pro meu recanto
Lá é bem melhor
Não, não sei quem vai estar me esperando
Eu nunca vou estar só
Ahh, tô aprendendo a viver sem você
Ahh, tô aprendendo e não quero aprender
Ahh, tô aprendendo a viver sem você

Detonautas - Rodrigo Netto

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu também sinto com a imaginação. Todos nós sentimos.

Treinando a emoção para ser feliz, de Augusto Cury, é o livro que estou lendo esses dias, fora os de estudo e trabalho, claro. E, de repente, numa passagem me lembrei deste poema de Fernando Pessoa. Aí está o poema. Aproveitem-no para tomar cosciência de que podemos controlar nossas emoções através de nossos pensamentos. É difícil, confesso. Mas continuarei tentando.



Isto

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio

Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa

domingo, 12 de abril de 2009

Coelhinhos que botam ovos de chocolate? É isso a Páscoa?

Hoje estão todos preocupados com ovos de chocolate, coelhinhos de tals... As crianças são induzidas desde pequenas a acreditar que a Páscoa significa ganhar chocolate, algumas passam anos achando até que coelho bota ovo, que é o lógico, por que ele traria ovo se não botasse? E ovos de chocolate ainda! Esse besteirol todo camufla o verdadeiro sentido da Páscoa. Ontem vi na televisão um pronunciamento dizendo que o Papa Bento XVI iria enviar ovos de chocolate para as crianças vitimadas pelos terremotos que atingiram a Itália... aí, não, até o Papa???
Será que quem for entregar os ovos vai explicar para as crianças a verdade sobre o coelhinho, os ovos e a Ressurreição de Cristo? Ou vai apenas presenteá-las com chocolates em forma de ovo e, quem sabe, alguns desenhos de coelhos ovíparos?
O simbolismo da Páscoa é interessante para que as crianças entendam o seu verdadeiro significado, mas parece que atualmente nem os adultos se lembram dele. Alguns seguem rituais religiosos, participam da procissão de Ramos, vão à Missa de Lava-pés, não comem carne na sexta-feira da Paixão, fazem vigília no sábado (ou pelo menos dizem que não vão à missa porque haverá, na verdade, uma vigília na igreja), e cumprem a missa de Páscoa no domingo. Mas será que essas pessoas conseguem assimilar o verdadeiro significado da Páscoa? Será que eles se penitenciam, analisam suas vidas, suas atitudes, seus pecados, tentam renovar sua fé, seus votos de amor, tentam imaginar e retribuir o sofrimento de Cristo ao morrer na cruz para nos salvar?
A maioria, certamente, não pensa nessas coisas. Apenas repete os rituais consagrados. Muito nem sabem o significado dos símbolos pascais, nem dos da Igreja, nem mesmo, às vezes, do coelho e do ovo.
Páscoa é ressurreição, literalmente, retorno da morte à vida. É o momento do ano agendado para que nós possamos refletir sobre nossos pecados e vícios, nos penitenciar e tentar ressurgir, ou seja, é o momento de tentar renovar nossas vidas, corrigindo o que estiver nos fazendo mal ou afastando de Cristo. Páscoa é vida nova, por isso, o ovo - indicação de uma vida que está para nascer - , por isso, o coelho - símbolo de fertilidade - .
O verdadeiro sentido da Páscoa não está relacionado à distribuição de ovos de chocolate para as crianças ou entre casais apaixonados, e nem mesmo ao cumprimento dos ritos católicos passo a passo. A Páscoa é um momento de reflexão interna, é um agendamento anual para que todos sejam motivados a refletir sobre o seus vícios, seus erros cotidianos, seus males interiores... é momento de voltar-se para si e renascer para o mundo, procurando ser uma pessoa melhor!
Que todos sejam capazes de renascer nessa Páscoa!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amigos também dizem "eu te amo"!

Voltando ao assunto do Senai, agora com relação aos meninos... Eram onze meninos quando entramos (Nossa! Quanto tempo faz isso, meu Deus!), no decorrer do primeiro ano, fomos abandonados por um deles, o CDF que passou em 1º lugar na prova de seleção e que, por sua mudança de vida radical, merece uma crônica só para si. A gente ainda não sabia, acabávamos rotulando como um "inadaptado", mas já havia nele um artista latente - assunto para outra ocasião. Passamos a ter dez meninos na turma. Meninos de todos os tipos, mimados, rebeldes, sofridos, mineiros (hahaha), estudiosos, machistas... ainda estávamos naquela fase em que os meninos da turma não são vistos como possíveis pretendentes porque sempre os achamos imaturos. Já perceberam como as meninas se interessam sempre pelos garotos das turmas mais adiantadas (Do 5º termo, nesse caso!) e, raramente pelos da sua própria turma? Pois é, estávamos nessa fase, o que significa dizer que eles eram amigos para nós, apenas.
Convivíamos bem, eles eram muito amigos entre si e nós éramos amigas deles de modo geral. Com alguns nos desentendíamos de vez em quando, com outros nos divertíamos sempre e compartilhávamos momentos de diversão fora da escola. Entretanto, havia um diferente. Mas, ao contrário do que vocês podem estar pensando agora, não, ele não era gay. Era uma pessoa maravilhosa, que convivia bem com todos de todas as turmas, aquele cara que conversava com todo mundo, que se divertia com tudo, que nunca estava de mal-humor, aquele que conhecia bem cada pessoa de sua convivência e era capaz de compreender as diferenças e respeitá-las. E não era também um "rufião"! Lembram disso?
Inevitavelmente, virou a nossa (das meninas) companhia mais frequente entre os meninos da turma, ele estava sempre conosco, sempre mesmo, inclusive se escondia de vez em quando no nosso banheiro para "morcegar". E sua presença era sempre muuuito benvinda porque ele era realmente um cara especial. Gostávamos de sua companhia. Em certo momento, seus cabelos que cresceram junto com a gente, era um belo disfarce. Certa vez, nossa diretora entrou no banheiro para "fiscalizar" o que estava acontecendo e achou que era uma menina no box por causa dos seus longos cabelos... Hahaha. Nossa amizade com ele era tanta que frequentávamos sua casa e ele a nossa, coisa que na época, não era muito comum. E os namorados nem tinham ciúme dele.
Hoje em dia, ele mora distante da maioria de nós, formou-se, está trabalhando, namorando sério e pensando em se casar. Vem a Três Rios sempre no final do ano e matamos um pouco da saudade. Cada vez que nos encontramos com ele, é como se nada tivesse mudado, é a mesma amizade, o mesmo carinho... nos falamos de vez em quando pela internet, e outro dia, estávamos, eu e ele, comentando sobre o tal encontro das meninas que descrevi num texto anterior, ele morreu de rir e conseguiu acertar direitinho o que aconteceu porque conhece muito sobre nós. Além disso, se identificou com algumas de minha dúvidas.
Combinamos que no final deste ano faremos uma festa para reunir a turma, comemorar entre nós o seu casamento (Se realmente acontecer até lá!) e celebrar os 15 anos de nossa amizade. Se der tudo certo, será realmente maravilhoso, encontro inédito, nunca conseguimos reunir todo mundo desde a formatura... Mas o mais importante daquela nossa conversa MSN foi lembrar como é possível uma amizade sincera entre homens e mulheres, como é bom relembrar momentos felizes, e como amigos podem, devem e dizem, sim, que amam uns aos outros... ele me disse de novo nesse dia. Fiquei super emocionada. E retribuo, novamente, mas agora, em nome de TODAS as meninas da turma de 1994 do CFP Três Rios: Alison, nós amamos você!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Finalmente um vencedor pensante!


Acho que nunca fiquei tão satisfeita com uma vitória do BBB. Finalmente, o Brasil escolheu, ainda que por uma diferença mínima, um brother pensante! Maximiliano, nome nobre , dono de tatuagens significativas (maximize-se e minimize-se), jogador assumido, racional, perfeccionista... frio? Se fosse, não teria se encantado tão depressa pela fofura de Francine... e não teria representado ao lado dela o casal mais... carinho, mais... compreensão, mais... amor mesmo, de todos que eu já vi no BBB. Não parecia para nós, o público, nem que era um casal arranjado para conseguir pontos no jogo, nem que era paixão física, daquela que passa quando um dos brothers deixa a casa ou descobre num terceiro brother algo mais interessante, como já vimos muitas vezes acontecer. Amor de verdade se percebe na boa convivência, sem o sofrer da paixão.
Precisamos de muitas edições, nove, para ser mais precisa, mas conseguimos ver alguém que não era estereotipado vencer o BBB, não era pobrezinho, nem caubói, nem fortão, nem alguém que veio do interior, nem carregava qualquer outro tipo de rótulo. Max é um cara comum, um jovem urbano que, como muitos outros, venceu as dificuldades que a vida apresentou, assumiu a personalidade que tinha, independente da aprovação dos outros, e escolheu ser o jogador, quando todo mundo disfarça e quer fazer exatamente o contrário... deixar o jogo levar! Um cara extrovertido, superando o adolescente tímido que foi, alguém de quem a vida cobrou muitos passos corretos porque não havia tempo de corrigir se houvesse erro, por isso, um perfeccionista que não se permite a perda... como muitos de nós.
Não que a Priscila não merecesse, ela também se mostrou muito mais do que o rótulo que recebeu, mas ainda assim, se fosse vencedora, carregaria o rótulo. Vale lembrar que todas as vezes que ela, Priscila, votou em Max, justificou usando o argumento do jogador, "ela vestiu um personagem, ele não é assim, e eu acho isso errado". Foi exatamente isso que o fez vencedor. Ele é assim, sim, tem objetivos claros, traça estratégias, luta por seus ideais, mas sem perder a ternura, o bom coração, sem deixar de lado a emoção, a brincadeira, o amor... como muitos de nós.
Parabéns, Max! Parabéns, Brasil, por estar mostrando certa consciência, ainda que através de um reality show, tão criticado por todos como cultura inútil. O BBB está, pelo menos, ensinando o povo brasileiro a valorizar quem realmente tem valor, quem faz por merecer.
"Não, meu coração não é maior que o mundo, é muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores, por isso gosto tanto de me contar!" (CDA)