sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amigos também dizem "eu te amo"!

Voltando ao assunto do Senai, agora com relação aos meninos... Eram onze meninos quando entramos (Nossa! Quanto tempo faz isso, meu Deus!), no decorrer do primeiro ano, fomos abandonados por um deles, o CDF que passou em 1º lugar na prova de seleção e que, por sua mudança de vida radical, merece uma crônica só para si. A gente ainda não sabia, acabávamos rotulando como um "inadaptado", mas já havia nele um artista latente - assunto para outra ocasião. Passamos a ter dez meninos na turma. Meninos de todos os tipos, mimados, rebeldes, sofridos, mineiros (hahaha), estudiosos, machistas... ainda estávamos naquela fase em que os meninos da turma não são vistos como possíveis pretendentes porque sempre os achamos imaturos. Já perceberam como as meninas se interessam sempre pelos garotos das turmas mais adiantadas (Do 5º termo, nesse caso!) e, raramente pelos da sua própria turma? Pois é, estávamos nessa fase, o que significa dizer que eles eram amigos para nós, apenas.
Convivíamos bem, eles eram muito amigos entre si e nós éramos amigas deles de modo geral. Com alguns nos desentendíamos de vez em quando, com outros nos divertíamos sempre e compartilhávamos momentos de diversão fora da escola. Entretanto, havia um diferente. Mas, ao contrário do que vocês podem estar pensando agora, não, ele não era gay. Era uma pessoa maravilhosa, que convivia bem com todos de todas as turmas, aquele cara que conversava com todo mundo, que se divertia com tudo, que nunca estava de mal-humor, aquele que conhecia bem cada pessoa de sua convivência e era capaz de compreender as diferenças e respeitá-las. E não era também um "rufião"! Lembram disso?
Inevitavelmente, virou a nossa (das meninas) companhia mais frequente entre os meninos da turma, ele estava sempre conosco, sempre mesmo, inclusive se escondia de vez em quando no nosso banheiro para "morcegar". E sua presença era sempre muuuito benvinda porque ele era realmente um cara especial. Gostávamos de sua companhia. Em certo momento, seus cabelos que cresceram junto com a gente, era um belo disfarce. Certa vez, nossa diretora entrou no banheiro para "fiscalizar" o que estava acontecendo e achou que era uma menina no box por causa dos seus longos cabelos... Hahaha. Nossa amizade com ele era tanta que frequentávamos sua casa e ele a nossa, coisa que na época, não era muito comum. E os namorados nem tinham ciúme dele.
Hoje em dia, ele mora distante da maioria de nós, formou-se, está trabalhando, namorando sério e pensando em se casar. Vem a Três Rios sempre no final do ano e matamos um pouco da saudade. Cada vez que nos encontramos com ele, é como se nada tivesse mudado, é a mesma amizade, o mesmo carinho... nos falamos de vez em quando pela internet, e outro dia, estávamos, eu e ele, comentando sobre o tal encontro das meninas que descrevi num texto anterior, ele morreu de rir e conseguiu acertar direitinho o que aconteceu porque conhece muito sobre nós. Além disso, se identificou com algumas de minha dúvidas.
Combinamos que no final deste ano faremos uma festa para reunir a turma, comemorar entre nós o seu casamento (Se realmente acontecer até lá!) e celebrar os 15 anos de nossa amizade. Se der tudo certo, será realmente maravilhoso, encontro inédito, nunca conseguimos reunir todo mundo desde a formatura... Mas o mais importante daquela nossa conversa MSN foi lembrar como é possível uma amizade sincera entre homens e mulheres, como é bom relembrar momentos felizes, e como amigos podem, devem e dizem, sim, que amam uns aos outros... ele me disse de novo nesse dia. Fiquei super emocionada. E retribuo, novamente, mas agora, em nome de TODAS as meninas da turma de 1994 do CFP Três Rios: Alison, nós amamos você!

Um comentário:

  1. Comovente!

    Só um sentimento tão nobre como esse poderia impulsionar palavras tão sinmceras... A amizade é mesmo digna de todos as reverencias.

    Parabens pela coragem de declarar amor a teus amigos!

    " e hoje em dia, como é que se diz eu te amo?"

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"Não, meu coração não é maior que o mundo, é muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores, por isso gosto tanto de me contar!" (CDA)